O homem machão está perdendo o prestígio. Ainda bem. Isso é bom para a mulher e principalmente para ele próprio. Os homens estão esgotados, exaustos de serem cobrados a corresponder a um ideal masculino inatingível - ser forte, ter sucesso e nunca falhar. O famoso poema "If", de Rudyard Kipling, começa assim: "Se és capaz de manter a tua calma quando todos ao redor já a perderam e te culpam, se és capaz...", e continua enumerando infinitas condições para, no final, se o jovem for capaz de tudo, dizer: "Então, és um homem meu filho." Ufa! Com é difícil ser homem!
Desde pequenos os homens são desafiados a provar sua masculinidade. O masculino é uma tragédia coletiva. Nunca relaxar para sempre ser considerado macho gera angústia nos homens, além de sentimento de inferioridade entre eles. Na nossa sociedade, ser homem requer um esforço sobre-humano. Ele é tão emotivo e sensível quanto a mulher, mas aprende que para ser macho não pode chorar. Tem que ser agressivo, não ter medo de nada e, mais do que tudo, ser competente no sexo, ou seja, nunca falhar.
Como defesa contra a ansiedade que essas exigências provocam, e para encobrir o sentimento de inferioridade por não alcançar o ideal masculino, eis que surge o machão. Sempre alerta, seu objetivo é deixar claro que despreza as mulheres, os homossexuais e é superior aos outros homens.