Sabe aquele homem bonito, inteligente, educado, gostoso, bem-sucedido, bom de cama, carinhoso, cheio dos bons modos, bem vestido, cheiroso, compreensivo, experiente, seguro, decidido, talentoso, divertido e fiel? Eu também não. E se por acaso é por ele que você está esperando toda produzida, de salto alto, decotão e maquiagem, sugestão de amiga: puxe uma cadeira – de balanço e almofadada, de preferência -, pegue uma pilha de livros para exercitar o cérebro e espere sentada – afinal, é bom evitar as tão temidas varizes nessas lindas pernocas que você usa diariamente como instrumento de locomoção e sedução.
Desde que o mundo é mundo, zilhões de mulheres esperam pelo príncipe encantado. Esteja ele montado num cavalo branco ou numa mobilete, ele precisa suprir todas as expectativas que os contos de fadas colocaram sobre os ombros dele – e mais aquelas que são um tanto quanto inapropriadas para serem expostas em histórias infantis. Amar bem, parecer bem, vestir-se bem, falar bem, ganhar bem, pensar bem, transar bem, dirigir bem. Enfim, ser o bom – cabelo na testa, sou o dono da festa, pertenço aos dez ma-a-a-a-ais. Assustados, só lhes restam duas alternativas: assumir uma certa porção ogro, correndo o risco de desagradar, ou encarnar o príncipe encantado na sua frente e contar algumas mentirinhas para sustentar o principado. E aí, o que você prefere?