quinta-feira, 19 de abril de 2012

Homem Não Sabe Gozar


Todo mundo sabe que o prazer sexual dos homens está intimamente ligado ao processo de ejaculação. A respiração fica mais pesada, o coração acelera, sente que não dá mais pra segurar e explode em gotas que poderiam ser facilmente comparadas a lágrimas de felicidade tamanha a sensação do momento. Só que essa forma de prazer é bastante precária, se formos discutir. Existe uma grande diferença entre gozar e dar uma ejaculadinha, caso contrário, qualquer punhetinha teria, então, o mesmo valor que aquela transa inesquecível com a morena do apartamento de cima? O raciocínio é bem por aí. É só ver o comportamento sexual feminino, embora as diferenças tenham justificativa fisiológica. Elas precisam de estímulo e conseguem revirar os olhos de prazer sem necessidade de um pau gigante dentro delas ou de atividade direta na “menina”. As formas de prazer femininas estão ligadas ao estímulo sensorial e a um processo de sedução corporal que passa pelo corpo inteiro e não se concentra só no órgão sexual delas. Elas conseguem obter prazer ao serem tocadas em partes que a gente nem imagina.


E é disso que os homens esquecem e, talvez, seja um dos grandes fatores que atrapalhem no sexo, tanto na hora de sentir prazer como na hora de proporcionar. Eles concentram todo o prazer no pau ereto pronto pra receber um bom boquete ou fazer papel de britadeira até ejacular. Ao mesmo tempo em que essa tradição se desdobra em camas ao redor do mundo, situações e culturas mostram que os verbos “gozar” e “ejacular” têm um significado em comum cada vez mais distante. Homens fingindo orgasmo, quando isso parecia impossível para toda a humanidade; rapazes concentrados ejaculando de pau mole (sim, isso é possível!) e culturas diferentes com praticantes que dão a vida para provar que tiveram o melhor sexo de suas vidas sem nem encostar no pênis (sexo tântrico, por exemplo). É uma revolução sexual e, por que não dizer sensorial, que tem mostrado ao homem a possibilidade de estender a prática do sexo a todo o seu corpo.

Gozar tem mais relação a sentir carícias, a ter os pelos arrepiados, a fechar os olhos de prazer. Quando se estimula o corpo e se percebe que essa coisa do “paucentrismo” é totalmente equivocada ou, no mínimo, ultrapassada, a gente tem a possibilidade de entender melhor o nosso corpo e entender como satisfazê-lo. Assim, a gente abre um espaço de aprendizado gigante para um repertório de práticas sexuais tão vasto que mestre nenhum do Kama Sutra poderia se queixar. Também passa a entender melhor o corpo de uma mulher ao mesmo tempo em que prolonga o prazer (e cá entre nós: isso ajuda muito a controlar a vontade de ejacular e torna o sexo mais prazeroso e duradouro). E, no fim, tudo acaba convergindo para a tal ejaculação, já que é uma função do corpo quando atingimos certo nível de tesão. Mas, caros amigos do sexo masculino, a verdade é que não sabem gozar, visto tudo isso. Nada impede de aprender que o sexo pode ser melhor se tentar sair do modelo pré-fabricado de sexo convencional e permitir explorar o corpo. Quem sabe você não descobre que a sua nuca ou as suas costas ou então a sua coxa podem te fazer sentir que aquela tal foda homérica com a vizinha do apartamento de cima não foi nem tão boa assim?

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