quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Sobre Homens Que Não Sabem Levar Um Fora

Eu não tenho nada contra os rapazes. Gostos deles na maioria das vezes, mas tem um tipo que me cansa. Os mimados. Aqueles que acham um despautério você não cair na conversa deles. Ou na cama. Como se fossem a melhor oportunidade em vista. Como se você não houvesse outras opções, porque é baranguinha ou chatinha ou louquinha demais.


A insistência deles só me reforça. Não, não quero mesmo.

Juro, não jogo contra os rapazes. Gosto mesmo deles. Quando estampam um sorrisinho tímido na cara suja de barba. Ou  grudam o olhar em mim, como se curiosos pelo que existe depois da maquiagem. Por debaixo da roupa. Além da pele. Pelo que toca o meu sangue. Gosto dos rapazes quando não exclamam. Nada mais charmoso do que um cara no canto. Exalando pontos finais. Gosto do cuidado que têm para não falar de outras, porque não existem outras quando eu estou. Sou única, obrigada.

Mas os mimados (uma pausa para eu bufar de preguiça), aquele tipo Mamãe-quero-uma-arminha-de-brinquedo-Então-toma-filhinho – cresceram com todas as vontades de peito e carrinhos e Backyardigans sendo realizadas imediatamente pelos seus (escravos) pais. Só que meninos crescem e viram marmanjos. Vai recusar uma noite de cinema e sexo com um mocinho que mamou no peito até os cinco anos de idade.

Não rolando uma atração da sua parte, alguns deles escancaram a carteira. Ah, o cheiro do dinheiro! Acontece que desejo não se compra. De algumas garotas você, no máximo, troca por contas de jantares e carros e finais de semana na sua casa de praia e pensão alimentícia depois (sim, cuidado). Mas eu não habito o nicho das interesseiras. Eu só beijo de graça. Farras no edredom não fazem parte do meu ofício, então não cobro. Mas só faço quando eu quero. E se eu não quero, o rapaz mimado emburra. Quer que a mamãe te compre a máscara do Homem-Aranha pra ficar mais feliz?

Desacostumados a ouvir Não, eles passam a te ignorar de maneira bem agressiva. É o novo chorar pra conseguir o que quer, já que deixaram o Pré-III há muitos anos e não conhecem outra maneira de chamar a atenção. Aí, qualquer comentário recém-saído da sua boca, é metralhado. Cortam o Bom Dia, antes tão simpático, pelo silêncio incômodo de um escritório às dez da noite. No teu aniversário, deixam claro pro mundo – inclusive com a ajuda de redes sociais – que é só mais uma data comum e, minha filha, nem um Parabéns pelo twitter. Você fala, ele derruba. Bobo. Não sou sua mãe. Não me corta o coração ver você sofrendo. Seja homem e vá pro canto do quarto e reveja as suas malcriações.

Eu não ignoro de volta. Sou das esquentadas. Devolvo. Em moeda maior. Se você não aguenta a birrinha deles, aceite o convite. Mas não se espante se, no dia seguinte, for trocada pela piscininha do Patati Patatá.

Texto por: Priscila Niconielo

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